quarta-feira, 31 de março de 2010

A diversidade linguística no nosso país

Vivemos numa nação multilingüe, ou seja, no Brasil, além do português, são faladas várias línguas minoritárias. Pode citar-se como exemplo as línguas indígenas, atuamente utilizadas somente em regiões isoladas, principalmente na região Norte. Muitas línguas foram extintas, pois quando Cabral chegou aqui eram faladas mais de 1000 línguas, porém atualmente são somente 180, sendo que boa parte delas corre risco de extinção e a maioria conta com menos de mil falantes.
A principal língua indígena do Brasil foi o nheengatu, ou língua geral amazônica, língua de contato criada pelos jesuítas para comunicar-se com os índios. Também conhecida como língua brasílica, foi proibida em 1758, por um decreto do Marquês de Pombal, que instituiu o português como a única língua oficial da colônia, proibindo assim o uso das línguas indígenas, o que fez entrarem em declínio as chamadas línguas gerais. Existiu também a língua geral paulista, hoje extinta. O nheengatu atualmente é falado por aproximadamente trinta mil pessoas no estado do Amazonas, sobretudo no norte do estado, onde funciona como língua de comunicação entre os índios e caboclos da região. Recentemente, o município de São Gabriel da Cachoeira, Amazonas, sancionou uma lei que instituia como idiomas co-oficiais o nheengatu, o tucano e o baniwa, muito usados no município, que é o município onde existe a maior quantidade de línguas faladas no Brasil. Foi o primeiro local no Brasil a instituir outras línguas além do português como oficiais.
Engana-se porém quem pensa que no Brasil somente existem línguas indígenas como minoritárias, pois também há as línguas de imigrantes, principalmente na região sul. Nessa região fala-se em certas cidades o alemão, principalmente o dialeto falado na região do Hunsrück, donde veio a maior parte dos imigrantes que se estabeleceram no sul. Ele é falado na em Santa Catarina, principalmente na região do Vale do Itajaí, sobretudo na cidade de Pomerode e, em menor escala, em Blumenau, terceira maior cidade do estado. No Rio Grande do Sul, é falado nalgumas cidades como Santa Cruz do Sul e Presidente Lucena, sendo que na última é usado por 90% da população, tornando-a a cidade no Brasil onde mais se fala outro idioma.
Temos também o talian, dialeto italiano falado nas zonas rurais de colonização italiana do Rio Grande do Sul e no oeste de Santa Catarina. É uma variação da língua vêneta, falada na região do Vêneto, donde veio maior parte dos italianos que se estabeleceram no sul.
Não se pode esquecer do espanhol, que é bastante falado nas regiões de fronteira, como em Foz do Iguaçu, no Paraná e em Uruguaiana e Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. No sul, o espanhol muito utilizado no turismo, pois é uma região que atrai uma grande quantidade de turistas hispanófonos.
No Espírito Santo fala-se também o idioma pomerano, língua germânica ocidental falada pelos pomeranos, povos que habitavam a Pomerânia, província da antiga Prússia, que foi anexada à Polônia e uma parte à Alemanha. Esse é uma língua extinta na Europa, que é falada atualmente apenas no Brasil. Recentemente, nos municípios de Pancas, Vila Pavão, Domingos Martins, Santa Maria de Jetibá e Laranja da Terra, foi implantado o PROEPO (Programa de Educação Pomerana), que oferta a língua pomerana nas escolas públicas como forma de preservação cultural. Nessas cidades houve a co-oficialização desse idioma, como ocorreu em São Gabriel da Cachoeira com as línguas indígenas.
Até o final da década de 30, o ensino em várias cidades do sul era em alemão ou italiano, porém a ditadura fascista de Vargas proibiu o uso dessas línguas, pois Vargas era um ufanista que defendia a política de "uma língua, uma nação". Isso contribuiu para o declínio desses idiomas e um silenciamento por parte da população, que passou a utilizá-los mais restritamente. Somente nos útlimos tempos tem-se tentado reviver essas línguas com a sua inclusao no currículo escolar onde elas são faladas.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Índia: várias nações em uma

A Índia é um país muito interessante, com uma cultura bem diversa, mais de 400 línguas, tornando-a o país com a terceira maior diversidade lingüística do planeta. Nesse país também há uma gigantesca indústria cinematográfica, pouco conhecida na América Latina. Os filmes indianos são maravilhosos e costumam vir com clipes de belas músicas, pois os indianos apreciam bastante a arte da dança. Ao contrário do que muitos pensam, não existe somente Bollywood na Índia. Bollywood é o nome dado ao cinema produzido em hindi, principal língua do país. Mas existem indústrias cinematográficas noutras línguas, como Tollywood (em télugu, língua falada no estado de Andhra Pradesh), Kollywood (em tâmil, falado em Tamil Nadu) e Ollywood (em Oriya, idioma do estado de Orissa). Porém infelizmente aqui no Brasil este cinema não é divulgado, portanto não se encontram filmes indianos em português. Os únicos filmes produzidos na Índia que foram lançados nos cinemas brasileiros foram Gandhi e Quem Quer Ser um Milionário, ambos vencedores do Oscar de melhor filme. Alguns filmes foram lançados em DVD, como Missão Kashmir, Um Casamento à Indiana, Lagaan e Vingador da Noite (Krrish), porém são raríssimas as locadoras em que eles estão disponíveis. O jeito é baixar na internet e assistir com legendas em inglês. É uma pena que uma cultura fascinante como a indiana não seja divulgada aqui e tenha virado modinha com uma novela. Mas o que a Globo não faz, hein! Quando passava a novela, todo mundo era indiano, falava aquelas expressões tipo Are Baba, ouvia música indiana. Mas a novela acabou (ainda bem), e agora? Ninguém mais fala em dálits e brâmanes, como se a Índia fosse somente isso. Já tentei assistir a essa novela, mas não suportei, pois toda hora o pessoal dizia Are Baba, Atchá, etc. Isso é ridículo, pois cria um estereótipo cultural, coisa em que a Globo é mestre. A Índia é um paraíso para os aficionados por idiomas, pois lá cada estao possui uma língua oficial e para a comunicação nacional utiliza-se normalmente o hindi ou o inglês. Aqui pode ver-se essa diversidade:
http://en.wikipedia.org/wiki/Languages_of_India

domingo, 21 de março de 2010

Idioma sérvio

Vou-lhes explicar algo sobre este belo idioma falado na região dos Balcãs e que é o meu predileto para escutar música. O sérvio é uma língua eslava meridional, falada na Sérvia, em Montenegro e na Bósnia. É escrito com dois alfabetos, o cirílico (utilizado no russo) e o romano (o nosso). Quando se utiliza o alfabeto romano, ou latino, acrescentam-se alguns caracteres especiais com diacríticos:
č: tem som de tch, como em tchau
ć: possui esse mesmo som, mas com uma entonação diferente
đ: tem som de dj, como em John
Dž: possui o mesmo som do anterior, porém mais forte
š: tem som de sh, como em shampoo
ž: tem som de g, como em gente
Algumas letras possuem sons diferentes do português:
j: pronuncia-se como i
c: tem som de ts, como em pizza
Por exemplo, Nataša Bekvalac pronuncia-se Natasha Bekvalatch, Lana Jurčević (uma cantora croata) pronuncia-se Lana Iurtchevitch.
Durante muito tempo, até o início dos anos 90, considerava-se havendo língua única na Iugoslávia, o servo-croata. Porém, com o desmembramento dessa nação, houve a separação das línguas sérvia, croata e bósnia. Na verdade, sempre houve essas três línguas, porém elas foram "unidas" pelo governo socialista da Iugoslávia. Há algumas diferenças entre as línguas, porém elas não são muitas, um sérvio entende muito bem um croata e vice-versa.
http://http://en.wikipedia.org/wiki/Differences_between_standard_Bosnian,_Croatian_and_Serbian
Esta página da wikipédia explica a diferença entre as línguas. Está em inglês, pois não se encontra em português.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Nataša Bekvalac, a grande diva do pop sérvio


Olá, terráqueos! Estou de volta após um ano e meio sem postar. Retorno para falar sobre a música sérvia. A Sérvia é um país maravilhoso, com uma grande diversidade cultural e uma história impressionante. Mas lá também há as mais belas cantoras e músicas super divertidas. Uma cantora de que eu gosto muito chama-se Nataša Bekvalac. É uma loira muito bonita, com um belo corpo de modelo, como se pode observar. Nascida em Novi Sad, Vojvodina, em 25 de setembro de 1980, ela começou a sua carreira em 2001 com o álbum Ne Brini. A partir daí, ela tem feito muito sucesso na Sérvia e nos países vizinhos, ela é uma espécie de Britney Spears do leste europeu, mas é mil vezes melhor do que a Britney, é óbvio. Ela é casada com um famoso jogador de pólo aquático sérvio, Danilo Ikodinović. Nesse ano ela lançou a sua melhor canção, chamada Dve u Meni.





É uma pena que uma cantora como essa não seja divulgada aqui no Brasil e na América Latina. A mídia só tem olhos para o que vem da anglofonia (EUA, Inglaterra, etc.) e os brasileiros não sabem que na Europa, sobretudo a Europa Oriental, existem cantoras muito melhores do que nos Estados Unidos. Não que as músicas estadunidenses não sejam boas, mas não são as únicas. A população está acostumada a ouvir somente músicas em inglês e não sabe que há belas músicas em sérvio, croata, grego, sueco, etc. As pessoas tendem a desprezar o que é exótico e preferem escutar as porcarias da música nacional (não todas, é claro), principalmente aqui da Bahia. Aposto que se essas cantoras da Sérvia cantassem em inglês fariam mais sucesso no Ocidente devido à dominação deste idioma no cenário mundial. No Festival Eurovisão da Canção, o maior festival musical do mundo, por exemplo, a maioria dos artistas canta em inglês e despreza as suas línguas nativas. Era bom no tempo em que havia a regra da língua, em que todos tinham que cantar na língua oficial do seu país. Sempre postarei sobre as fantásticas músicas de várias partes do mundo. É interessante, pois raramente se encontra algo sobre a música do leste europeu no nosso idioma. Eu já pesquisei várias vezes no Google sobre Nataša Bekvalac mas não encontrei nada em português sobre ela e em inglês encontrei pouquíssimas coisas, tive que procurar no Google da Sérvia.
Eis um blog onde se encontram várias músicas legais da Europa Oriental e onde eu descobri essa bela diva:
http://balkansongs.blogspot.com/

Discografia de Nataša Bekvalac:
2001 - Ne Brini
2002 - Ništa Lično
2005 - Stereo Ljubav
2005 - The Best of (uma coletânea com as melhores músicas)
2008 - Ljubav vera nada