sábado, 19 de fevereiro de 2011

Totalitarismo anglófono

Abordarei nessa mensagem um fenômeno que vem ocorrendo nas últimas décadas e que reflete em várias situações, como na música. Esse fenômeno é o totalitarismo anglófono, que consiste no domínio mundial do idioma inglês no meio musical e faz com que os artistas que cantam noutras línguas tenham dificuldades para alcançar o sucesso mundial. Existem excelentes cantores, cantoras e bandas que cantam noutros idiomas, porém não são reconhecidos mundialmente. Adoro música européia, sobretudo metal, rock e pop, acompanho o Eurovision e pesquiso sobre artistas de todo o mundo. Fico indignado porque ninguém conhece a maioria das minhas cantoras e bandas favoritas, que muitas vezes são provenientes de países do Leste Europeu. A minha cantora pop favorita chama-se Natasa Bekvalac (Sérvia), que já foi mencionada neste blog. Fico intrigado com o fato de ela não ser reconhecida pelo seu talento em várias partes do mundo, assim como outras cantoras como Ani Lorak (Ucrânia), Anzhelika Agurbash (Bielorrússia), Irina Dubcova (Rússia) e Marina Alieva (Cazaquistão). Quantas vezes a gente ouve numa rádio uma música em alemão, russo, sérvio, grego ou mesmo francês? Quantas vezes vemos uma cantora russa ou ucraniana aparecendo no VH1 ou na MTV? Muitos cantores e bandas decidem desprezar o próprio idioma e cantar em inglês para atingir o mercado mundial. Isso é algo que eu abomino. Isso é bem forte nos países nórdicos, onde a maioria dos artistas que fazem sucesso canta em inglês. Tal fato ocorre porque a grande mídia internacional despreza as músicas cantadas noutras línguas. Tenho certeza de que se os Scorpions cantassem em alemão ou se o Abba cantasse em sueco eles jamais fariam o sucesso global que fizeram. Tudo bem que o inglês é a língua dita "universal", mas bem que se poderia dar mais espaço para os artistas de outros países mostrarem a sua competência. Por que a Beyoncé pode ser uma estrela mundial e a Natasa Bekvalac não? Ambas são lindas e talentosas, apenas provêm de países diferentes e falam línguas diferentes.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Festival de Verão: cadê o metal?

Estou bastante indignado com as atrações do Festival de Verão de Salvador e, vendo essa situação, percebo que essa "mistura de ritmos" do festival não passa duma grande hipocrisia. Eles dizem ser "movidos pela mistura", porém o metal é um estilo bastante ignorado. Nessa festa só se apresentam os que estão na moda, que são a febre do momento, como Luan Santana, Parangolé e essas bandas coloridas ridículas cujos integrantes se dizem "rockeiros". Aonde aquele pop adolescente ridículo pode ser chamado de rock? E por que essa discriminação toda com o metal? Até parece que ninguém na Bahia curte o estilo. Se existe a Casa do Samba e a Casa do Pagode, por que não a Casa do Rock? Sim, uma Casa do Rock com bandas de metal e outros estilos de rock privilegiando as bandas locais. Além disso, já passou da hora de haver uma banda representando o estilo no palco principal, tipo Angra, Sepultura, Krisiun, Stress e até mesmo uma banda de black metal como Sarcófago, Ocultan, Miasthenia ou Luxúria de Lilith. Mas parece que os organizadores pensam somente na massa acéfala que adora dançar o Rebolation ou pular ao som das músicas "poéticas" do Asa de Águia. E nós que gostamos de música de qualidade continuamos a ser ignorados.