quarta-feira, 21 de abril de 2010

Educação nota zero

A educação no Brasil é bem deficiente, isso todos sabem. O mais absurdo é que o nosso ensino é voltado mais para as ciências exatas e biológicas, pois essas disciplinas gozam de maior previlégio no nosso sistema eucacional, prova disso é que sempre nas escolas a carga horária de exatas é maior do que a de humanas.
Isso se deve bastante à ditadura militar, que retirou do currículo escolar as disciplinas de filosofia e sociologia, pois estimulavam o desenvolvimento do senso crítico, o que não era vantajoso para um governo autoritário. Eles privilegiaram o ensino das exatas e encheram os brasileiros de inutilidades como logaritmos, funções trigonométricas e sistemas lineares. Isso pode ser importante para certas áreas, como engenharia, mas é inútil para a cultura geral. De que nos interessa estudar os movimentos no vácuo, se não vivemos no vácuo? Só quem vive lá deve ser os elaboradores das provas do vestibular, que exageram na extensão do programa de exatas.
Isso nos deixou um legado até hoje, em que matemática e física tem três aulas semanais, ao passo que história e geografia somente tem duas. Isso prejudica os estudantes de humanas, que chegam à faculdade sem nenhuma base sociológica e filosófica e com uma bagagem muito fraca de história, ao contrário do que ocorre com os estudantes de exatas, que chegam a universidade tendo uma boa base de matemática e física, pois já estudaram vários conteúdos, assim como os estudantes da área de biológicas, que já entram na faculdade tendo estudado células, ácidos nucléicos e todas aquelas babaquices que somos obrigados a aturar. A biologia possui uma parte boa, excelente, como zoologia, botânica, taxonomia, fisiologia humana e ecologia; porém citologia ninguém merece.
Os proegramas do vestibular de física, química, biologia e matemática são gigantescos, cobrando assuntos complexos que não possuem muita importância para estudantes doutras áreas, ao passo que em história e geografia, sobretudo história, aprendemos muito pouco e sempre os mesmos temas, dese a quinta série até o terceiro ano colegial. Não consigo compreender porque estudamos números complexos em matemática, porém em história ensina-se muito pouco história antiga e não se ensinam vários tópicos interessantes, como história da Índia, do Japão, da China e do leste europeu. Temos um ensino de história limitado à América e Europa Ocidental. Não esudamos os países nórdicos nem a Europa Oriental, como os Balcãs, por exemplo. Durante os século XIX e XX houve importantes eventos históricos na península balcânica, como a formaçao da Sérvia e da Grécia e as guerras balcanicas na década de 1910, quando a Sérvia recuperou o Kosovo e a Macedônia, tendo ocorrido também a formação do estado albanês. Porém não há um interesse por esse estudo histórico, fazendo com que tenhamos uma visão de mundo limitada ao Ocidente.
Outro ensino que é bastente precário no Brasil é o de idiomas, pois o inglês da escola não sai do verbo to be (verbo tóbi para os íntimos) e não há uma preocupação em exercitar a pronúncia e a compreensão auditica, tornando as aulas monótonas e irrelevantes. Em vários países europeus, como a Suécia, quase toda a população fala a língua inglesa fluentemente, tendo-a aprendido na escola, enquanto que aqui temos de recorrer a escolas de idiomas, pois nos colégios geralmente apenas se ensina gramática na base da decoreba.
Dever-se-ia fazer uma reforma no ensino brasileiro, equiparando os currículos de humanas, exatas e biológicas e aprimorando o ensino de línguas, introduzindo-se o inglês obrigatoriamente a partir da primeira série e uma segunda língua a partir da quinta, que poderá ser espanhol, francês ou alguma outra. Também deveria ser instituido o ensino das línguas minoritárias onde elas são faladas, como o alemão e o italiano nalgumas cidades do sul. Aprender idiomas estrangeiros é importante nesse mundo globalizado e poderia haver maior preocupação dos órgãos públicos no incentivo do aprendizado.